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E eu mais uma vez no mesmo sítio.Às voltas.Exactamente ali, nem um único milímetro mais à frente, no mesmo lugar.O meu lugar.Tão explorado e percorrido e exaustivamente analisado que eu julgava nunca mais ter de voltar.Mas volto.Vou.Fico.Incontornavelmente.Como ver o mundo pelos meus olhos.Ou senti-lo com o meu corpo.




















Julgo que a culpa é do Quase.Por não ser totalmente.Porque há muito em mim que é Quase.As coisas guardadas no limbo viscoso entre recordação e realidade, as mágoas de outros tempos Quase ultrapassadas e o facto de Quase não chorar pelas lágrimas que chorei quando ainda a mágoa não tinha Quase passado.Os recomeços em que se deixam para trás promessas incumpridas e votos quebrados e Quase se acredita numa nova primeira vez.A química avassaladora das sensações antigas, a vontade, a água na boca e o tornarmo-nos depois tão Quase imunes ao seu apelo.As coisas de que Quase não me lembro.Momentos, rostos, sabores, palavras.Trocas.

A verdade é que as coisas que passam permanecem.Falo em cicatrizes da alma, em marcas do coração.Falo das coisas que ficam.Do rasto.Do resto.Das moinhas.Falo dos lugares.Dos fantasmas que vencemos toda a vida e que a mesma vida inteira nos assustam.Dos desejos satisfeitos mas nunca saciados.Das respostas eternamente incompletas por muito que façamos a pergunta.Ou que deixemos de a fazer.

M.

o meu Quase é a minha cansativa persistência.
... está na hora de esperar bem.
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