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há cem anos quatro patas eram mais do que duas. há cem anos que durmo. há cem anos que acabo a fúria do dia a lamber cem gelados das cem pedras acidentais. há cem anos mudos. e os cem pés dos poetas a tiritar de frio. e as cem formigas de há cem anos não são as mesmas dos cem anos de agora. há cem anos que a minha cabeça cai. há cem anos que morro. há cem anos que apago e acendo o fogo. há cem anos que corro. há cem anos que morro. há cem anos de logro.
há cem anos que há esta merda de jogo.
MariaBandida
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