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Criança desconhecida e suja brincando à minha porta,
Pergunto se me trazes um recado dos símbolos?
Acho-te graça por nunca te ter visto antes,
E naturalmente se pudesses estar limpa eras outra criança,
E nem aqui estavas.
Brinca na poeira, brinca!
Aprecio a tua presença só com os olhos.
Vale mais a pena ver uma cousa sempre pela primeira vez que conhecê-la, Porque só conhecer é como nunca ter visto pela primeira vez, E nunca ter visto pela primeira vez é só ter ouvido contar.
O modo como esta criança está é diferente do modo como as outras estão. Brinca! pegando numa pedra que te cabe na mão.
Sabes que te cabe na mão.
Qual é a filosofia que chega a uma certeza maior?
Qual é a filosofia que chega a uma certeza maior?
Nenhuma.
E nenhuma poderá vir brincar nunca à minha porta.
Alberto Caeiro
...só por ter ouvido contar.